ArtePraia 2013

O edital ArtePraia segunda edição recebeu 98 propostas de intervenções artísticas das quais quatro foram selecionadas, sob curadoria de Gustavo Wanderley, para ocupar as 4 praias urbanas de Natal, entre os dias 10 e 12 de maio de 2013. No total se inscreveram artistas e/ou coletivos de 15 estados brasileiros: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Artistas e obras selecionados

ARTISTA CONVIDADO

Fernando Limberger (SP)
Obra: "Paleta Marinha"

Utilizando 4 toneladas de areia orgânica colorida, nas cores branca, ocre, verde e azul, o artista formou na praia da Redinha, em Natal/RN, quatro grandes círculos de 10m de diâmetros cada um. Com a colaboração de moradores e frequentadores da praia, em pouco mais de duas horas a obra estava pronta para ser apreciada, adentrada, desconstruída e, por fim, levada pelo mar. Diversas foram as impressões dos públicos e suas interações e intervenções na obra. O imprevisível é característico em obras de arte efêmera e o mais incrível foi revelado quando o mar fez o papel do artista: a areia da praia ficou sobreposta na areia colorida e crianças ao brincar aonde haviam os círculos, foram surpreendidas com a areia colorida brotando na beira-mar.

ARTISTAS SELECIONADOS

Felipe Góes (SP)
Obra: "Paisagem: tempo em suspensão"

Felipe propõe a alteração dos sentidos através de cubos translúcidos de diferentes cores e dimensões dispostos na areia da praia. O público foi convidado a entrar nesses cubos, criando uma espécie de “consciência ” que tornou a presença do corpo provocativa por isolamento, cor e temperatura. Provocou uma dupla vivência, alterando a paisagem para quem vê de dentro e de fora.

Marcelo Armani (RS)
Obra: "Campo Elétrico"

Intervenção acústica, produzida em tempo real, a partir da captação, manipulação e composição de sons e ruídos produzidos na paisagem sonora do local. Os fragmentos foram reproduzidos em uma série de autofalantes instalados na areia da praia. O artista foi surpreendido pelos sons ao redor, e cada instante captado foi produzindo uma paisagem audiovisual, pois a vibração do som movimentava a areia e a água  da praia.

Rita Machado (RN)
Obra: "Entrelinhas e peixes"

Peixes feitos de material reciclado e com sensores magnéticos foram dispostos na areia da praia. A ideia era que os peixes fossem “pescados” pelo público com uma vara adaptada e um fone de ouvido. Ao pescar, o público ouvia uma lenda ou causo da praia de Ponta Negra. A experiência teve um sentido mais amplo que a pescaria em si, aproximando as pessoas da cultura e história da cidade, por meio da oralidade e memória local.

Tiago Rivaldo (RJ) e Susana Guardado (Portugal)
Obra: "Personal DJ – Baile da Mudança"

O encontro entre duas pessoas e uma caixa que utiliza a técnica de câmera escura. Assim foi possível enxergar através, ver a paisagem sem obstáculos mesmo estando com a visão ‘encaixotada’. Cada pessoa via a paisagem atrás de si, projetada invertida no rosto do outro e vice-versa. A participação e a convivência foram essenciais para que a proposta acontecesse. O inusitado, o inusual e o desconhecido despertaram curiosidade e medo por querer saber o que encontraria ao colocar o rosto na caixa de papelão.